Eleitor

A inovação só é possível porque em algum momento um indivíduo, uma empresa ou uma comunidade fizeram algo que a tornou viável.
No início de 2007, John Doerr, presidente da Kleiner Perkins (KPCB) e um dos principais investidores de risco do mundo – responsável por financiar gigantes como Google e Amazon em seus primeiros passos –, teve uma conversa casual com Steve Jobs, criador da Apple, pouco antes do lançamento do primeiro Iphone. No diálogo, Doerr se propõe a financiar o desenvolvimento de aplicativos para o novo dispositivo e, a despeito da recusa inicial de Jobs, em julho de 2008 surgia a App Store, que permitiu que desenvolvedores do mundo inteiro produzissem soluções de software para uma plataforma verdadeiramente móvel1.
Brasil, 2017, ano pré-eleitoral: um movimento inovador mudaria a forma de identificação do eleitor, nascido no Tribunal Regional Eleitoral do Acre, que apresentou a ideia de criar um documento baseado em uma solução móvel. Nascia o e-Título, que garantiria ao eleitor o acesso à segunda via do seu título, sem precisar se deslocar a um Cartório Eleitoral O resultado? Em 2018, quase 5 milhões de eleitores brasileiros utilizaram a novidade para se apresentar às seções eleitorais.
Na história, períodos emblemáticos favorecem que a tecnologia dê um salto adiante. Esses períodos, não raras vezes, têm relação com grandes mudanças sociais ou com grandes desafios que se apresentam às comunidades. Sem dúvida, 2020 foi um desses períodos, quando, diante da emergência sanitária causada pela pandemia do novo Coronavírus, inovações passaram a permitir que cada vez mais serviços, antes prestados presencialmente, passassem a estar ao alcance da mão.
Nesse cenário, o e-Título apareceu como uma solução à frente de seu tempo. Novas funcionalidades foram disponibilizadas no aplicativo, possibilitando, por exemplo, que qualquer eleitor pudesse se voluntariar como mesário ou mesmo justificar a ausência nas eleições utilizando seu dispositivo móvel.
É certo que melhorias sempre serão necessárias, e pudemos observar os efeitos das implementadas em 2020, que fizeram com que o e-Título passasse a ser amplamente difundido, permanecendo por cerca de três semanas como app mais baixado nas lojas Android e IOS no Brasil. O aumento no uso foi evidente: em 2018, cerca de 5 milhões de eleitores utilizaram o app contra aproximadamente 18 milhões em 2020, dos quais mais de 4,4 milhões justificaram sua ausência às urnas utilizando o aplicativo.
O novo sempre vem. E quando chega, introduz novas variáveis e muda a forma como as relações se dão2. O e-Título introduziu inovações que permitem à população obter serviços eleitorais de forma simples e rápida e, com isso, mudou a forma pela qual os brasileiros se relacionam com a Justiça Eleitoral, tornando o acesso aos serviços mais simples, rápido e inclusivo. Agora, continuaremos trabalhando para que fique sempre melhor!
1FRIEDMAN, Thomas. Obrigado pelo Atraso. 2017.
2SANTOS, Milton. Metamorfose do espaço habitado. 6ª ed. Edusp. São Paulo – SP. 2007